terça-feira, 17 de março de 2009

Insegurança emocional...

Ah, esse medo de perder quem se ama!

De repente, surge aquela estranha aflição. Parece que tudo vai bem, vocês se encontram sempre, é bom, gostoso e gratificante, mas lá no fundo há um certo medo de não ser realmente amado(a) e que, talvez, tudo se acabe.

Quem sabe uma outra pessoa mais interessante no caminho do(a) parceiro(a) irá aparecer.Esta sensação de estar sob ameaça constante se chama insegurança. Não se trata de se sentir ameaçado(a) numa rua escura e deserta de uma cidade perigosa. Este é um perigo real. A insegurança emocional nem sempre reflete a realidade. Ela se caracteriza por um sentimento de inferioridade, de quem não se acha digno de ser amado(a), de que não é possível que alguém ame uma pessoa tão comum e sem atrativos.

A pessoa insegura pensa que certamente surgirá alguém melhor do que ela para o seu parceiro. Ou, que talvez já exista, tentando roubá-lo de si. Por não acreditar em si mesmo, o(a) inseguro(a) tem a impressão de que, a qualquer momento, perderá o ser amado.

O homem inseguro - O homem inseguro tem uma forte sensação de ser incapaz. Ele irá procurar uma profissão que esteja aquém de suas capacidades para poder sentir segurança de que poderá cumprir as suas tarefas. Talvez ele pudesse fazer muito mais, mas, por insegurança, prefere o caminho mais firme das coisas mais fáceis. Ele jamais vai se aproximar de uma mulher muito bonita, bem-sucedida e desejada.
O inseguro vai desejá-la, mas jamais se sentirá à altura para poder conquistá-la. E, mesmo se ela se interessar por ele, ele não acreditará nesta possibilidade. Tentará uma desculpa para afastar-se. Vai procurar outra menos favorecida com quem ele se sinta mais à vontade. Ao lado de uma mulher exuberante, a sua baixa auto-estima, sua pequenez se agravará e se tornará insuportável.

O homem inseguro vive com ciúmes e até mesmo inveja, muitas vezes disfarçando esse sentimento aparentando uma falsa indiferença pela mulher. No fundo, porém, ele se acha inferior a ela e teme que ela arranje outro melhor do que ele.

A mulher insegura - A insegurança feminina tem origem no medo de não ser amada e pode afetar tragicamente a sua estrutura emocional. Por não se achar digna de amor, a mulher pode fazer tudo para conquistar pequenas provas de afeição e se transformar numa escrava.Só que homem nenhum ama uma escrava, apenas a escraviza. Ela vai gastar todas as suas energias fazendo sacrifícios e as provas de amor não virão a contento.

A mulher insegura põe em dúvida até a sua condição feminina. Pode achar o fato de ser mulher uma desvantagem e, assim, viver desconfortavelmente neste sexo. Vai tentar agir com a coragem dos homens, embora seja uma mulher frágil, insegura e carente. Não vai convencer nem a si mesma, muito menos ao seu objeto amoroso.

Como vencer a insegurança - O melhor remédio para a insegurança é o autoconhecimento.

A psicanalista Bárbara Guerra aconselha os inseguros agudos e crônicos a procurarem a ajuda de uma terapia, mas, se o tempo ou o dinheiro forem curtos, ela dá alguns caminhos de autoconhecimento que podem ajudar a controlar a insegurança e o sofrimento que a acompanha.

O primeiro passo é reconhecer que você não se leva em alta conta. Ou, ao menos, que não se dá o merecido valor. E isso deve ter uma explicação antiga em sua formação, e oculta o bastante para não permitir que você combata esses sentimentos abertamente. Quem sabe sua mãe não o(a) atendeu como devia e o(a) deixou sob ameaça de maus cuidados, sentindo-se inseguro(a), mal cuidado(a), mal amado(a)?

Talvez, na infância, você tenha se sentido responsável pelas frustrações que sofreu. Afinal, toda criança é auto-referente e se julga culpada por suas tristezas e alegrias. É bom começar a se convencer de que você merece mais do que imagina. Assim, talvez você consiga se controlar.

Exercícios contra a insegurança:

* Não fique, por exemplo, esperando um telefonema ansiosamente olhando para o aparelho. Vá fazer alguma coisa. Tome um bom banho relaxante, daqueles de meia-hora. Faça um chá, arrume uma gaveta.

* Não se deixe levar pela insegurança se o seu parceiro(a) conhecer outras pessoas atraentes e mantiver um relacionamento de amizade com elas. Lembre-se de que ninguém poderá substituí-lo(a), pois você é único(a) e especial. Foi você quem ele(a) escolheu para estar nesse momento.

* É comum a pessoa insegura se comparar aos padrões de beleza e de comportamento de modelos e famosos da moda. Essa atitude de comparação leva ao sentimento de inferioridade.Tenha em mente que a comparação é negativa por si só. Olhe para você mesmo e busque desenvolver as suas potencialidades. Observe o que possui de bom e faça o que for possível para melhorar aquilo que não gosta em você mesmo(a). Esqueça as comparações. Lembre-se: você é um ser único e deve ter consciência desse fato.

* A pessoa insegura, de modo geral, acha que quando algo não vai bem o problema está nela. Um encontro que dá errado, o mau humor do parceiro(a), o mau tempo, qualquer pretexto funciona como um gatilho para disparar o alarme dos inseguros.

* Se algo não estiver funcionando, relaxe. Ninguém tem o poder de controlar qualquer outra coisa além de si mesmo. Faça a sua parte e pare de assumir a responsabilidade por tudo o que acontece a sua volta. Além de ser sinal de onipotência, os sucessos e os fracassos fazem parte da vida de todo mundo.

* Um bom exercício contra a insegurança, segundo Barbara Guerra, é começara a enumerar suas qualidades. Vá para frente do espelho e comece a relacionar as razões pelas quais alguém deve gostar de você. Encontrou dez? Só? Pois você pode muito bem ultrapassar a casa dos cem. Vá tentando...

* Coma alimentos saborosos e faça o que lhe dá prazer. Você gosta de dormir? Então, fique dez horas na cama pelo menos uma ou duas vezes por semana. Você gosta de não fazer nada? Pois fique à toa. As pessoas que se permitem prazeres essenciais se tornam mais atraentes e elevam a auto-estima.

* Se a ansiedade teimar em permanecer, faça um exercício físico, bem puxado, como correr na praia ou pedalar uma bicicleta ergométrica por uma hora. Você vai ver como ficará mais relaxado(a)!

* Cuide de sua aparência, capriche nas roupas, arrume os cabelos. Assim, você se consolida internamente como uma pessoa amável e o medo de perder aquele alguém especial, aos poucos, irá diminuir, com certeza!

A origem da insegurança - A psicanalista Barbara Guerra avisa: todo mundo é inseguro. Todo mundo tem medo de perder o amor da mãe, do pai, do filho, dos amigos, do companheiro. Todo mundo pode ter medo de perder o emprego, de se achar dispensável a qualquer momento, mesmo que sua competência profissional seja pública e notória, a insegurança está lá, latente, correndo pelo sangue, amedrontando o dia-a-dia.

Quando essas inseguranças inerentes à espécie humana tornam-se exageradas, é necessário parar para pensar e, numa atitude saudável, pedir ajuda. Da onde vem a insegurança? Para Barbara Guerra, as sensações de segurança e de insegurança fazem parte da constituição do psiquismo e vai depender das vivências de satisfação e frustração que o bebê tem com o meio-ambiente.

Se ele foi mais satisfeito do que frustrado, ele vai ter as inseguranças comuns a todos, algumas delas até saudáveis, como, por exemplo, o medo diante de situações reais de perigo. Mas, se ele foi mais frustrado do que satisfeito, ele vai se sentir ameaçado, vai sentir que não tem o bastante, talvez (e esse é o maior perigo), porque não o mereça! Cada um deve avaliar a intensidade de suas inseguranças. E, se elas estiverem causando grande sofrimento ou impedindo um relacionamento amoroso satisfatório, não tenha dúvidas: procure ajuda um terapeuta ou psicanalista! O relacionamento com um(a) parceiro(a) inseguro(a)

Como lidar com isso? Para começar o parceiro(a) de uma pessoa insegura tem que ter muita paciência. Ele deve ser, além de parceiro(a), uma espécie de mãe(pai) e analista, sempre disponível para levantar o astral do outro, acolher suas inseguranças e mostrar o quanto ele merece ser amado. Fora isso, deve compreender e perdoar os exageros e atitudes insanas. O problema é que nem sempre o parceiro(a) quer ficar nesse lugar de mãe(pai) de um bebê chorão. Ele quer um companheiro(a) maduro(a) com quem possa se relacionar, trocar afeto e se complementar como ser humano.

O inseguro deve tentar conter esses impulsos infantis, senão ficará cada vez mais abandonado, porque, sem limites, a convivência com o parceiro(a) se tornará, aos poucos, insuportável. E se não resultar em separação, será sem dúvida um cotidiano de muito sofrimento.Você tem medo, muito antes do horário combinado, de que aquele telefonema não chegue? Acha que há muita gente mais interessante do que você e o(a) parceiro(a) facilmente perceberá isso?

No seu trabalho, qualquer um poderia fazer melhor do que você faz? Você se irrita quando seu(sua) parceiro(a) faz algo de muito extraordinário e você se sente inferior? Tem medo de ficar sozinho(a)? Sente que algo de ruim pode acontecer a qualquer momento? Se você respondeu sim à maioria dessas questões, você é uma pessoa emocionalmente insegura. É bom começar a pensar em como ganhar um pouco mais de segurança, determinação e auto-estima.

por Paula Lemos, http://www.vaidarcerto.com.br/

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